sábado, 5 de novembro de 2022

Sem medo de errar - Martha Medeiros

 

'Não sou rigorosamente com os outros, mas comigo sem per fui tirana, não me permitia falhar. Ainda me permito pouco: sou exemplar cumpridora de tarefas, atenta, educada'



O Globo 

A atmosfera política do mês passado não foi a de um spa nas montanhas. Era abrir o sistema celular pesado, que vinha balavam o sistema Cada um defendeu sua saúde mental como pôde. Semper me salva nessa hora, mas ao invés de buscar algum livro inquietante, já que Deus estava disponível como leitura. Atravessei os dias lendo “Eu estar errado”, de Björn Natthiko Lindeblad, um monge sueco que faleceu recentemente, aos 60 anos.

Aos 26, ele era um terno economista bem sucedido, com muitos armários no armário e voos em classe executiva. Até que se fez a pergunta de um milhão: É isso que eu quero mesmo? A fim de buscar um sentido espiritual para sua vida, largou tudo e aterrissou com sua mochila num mosteiro na Tailândia. Ao se apresentar um abade, escutou: “Pode ir para o dormitório. Se ainda estiver aqui daqui a três dias, raspe a cabeça”.

Foi uma questão radical de sapego, isolamento e dúvidas – benditas dúvidas, ao produzir como a experiência que dá o livro: “Eu posso estar errado”. Quantas vezes a gente diz isso para si mesmo? Duas a cada 100 anos.

Ele aconselha usar a frase como mantra para momentos de tensão, situações de enfrentamento, discussões virulentas. Pense: “eu posso estar errado”. A paz, subitamente, cai do céu. Fui criado para acertar, para nunca me desviar do que é correto. O que é, mas por tantas o acerto ganhou um ótimo status militar, a coisa foi ficando, reprimiu a espontaneidade. Ora, errar faz parte do crescimento. As pessoas se enganam, brigam, falam sem pensar, magoam, pedem desculpas, assim, complexas, aos tropeços, vão se construir uma identidade mais verdadeira, que "se reconhece, não perfeita.

Ninguém sabe tudo, ninguém acerta o tempo todo – os fortes são os primeiros a reconhecer. Já os fracos se apegam a discursos laudatórios autorreferentes e uma resistência cuja única função é disfarçar sua vulnerabilidade. Se declaram acima dos responsáveis ​​e ficam lá no topo Este é o isolamento fatal.

Não sou rigorosamente com os outros, mas comigo sempre fui tirana, não me permitia falhar. Ainda me permito pouco: sou exemplar cumpridora de tarefas, atenta, educada e tudo o mais que se preza. erro feio – Mas não exijo de ninguém. Lidar com o erro de forma tranquila nos torna pessoas menos obsessivas, portanto, menos chatas, o que "é uma contribuição para a paz mundial.

Então, vamos em frente buscando a eficiência, mas aceitando que a perfeição é um delírio e que a nossa verdade semper bate com a verdade do outro. Fazer o quê? Respira fundo. Aqui mesmo, que a Tailândia é muito longe.

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