PÁGINAS POR TRÁS DOS FILMES
'Rebecca' e 'O Inquilino' ganham edições que convidam à comparação com adaptações para as telas
O LIRISMO DO ARTISTA QUANDO JOVEM
Antes de se tornar um ficcionista de peso, o norte-americano Paul
Auster traduziu e editou poetas franceses contemporâneos e publicou os
próprios versos - que saem agora no País
‘TRADUZIDO,O POEMA GRITA DOIS NOMES’
Caetano W. Galindo
POÉTICA MOLDADA PELO OLHAR
O fotógrafo e o cineasta convivem no escritor; as imagens são como enigmas que ele imobiliza
UMA VOZ QUE SAI DO NADA
Sérgio Medeiros
Em 2012 saiu no Brasil a elogiada tradução de
Ulysses,
de James Joyce, assinada por Caetano W. Galindo, que verteu agora todos
os poemas de Paul Auster. O sóbrio prefácio do tradutor ao volume
Todos os Poemas me
surpreendeu, pois senti, ao lê-lo, a presença de um Galindo contido ou
apolíneo que eu desconhecia e que me pareceu muito diferente do Galindo
dionisíaco que traduziu Joyce com verve e destemor. Nenhum traço ali das
divertidas e irreverentes declarações que ele escreveu ou deu à
imprensa durante o lançamento de
Ulysses. Então me dei conta de
que a poesia de Auster não tem humor nem jogos de linguagem joycianos, e
o nosso tradutor, para ser fiel à dicção do poeta norte-americano, teve
de ser seco e simples desde o prefácio que escreveu para apresentar a
faceta literária menos conhecida desse famoso ficcionista. O resultado
da parceria Auster-Galindo, em termos de qualidade poética, é visível
logo no início do livro, na leitura de um grande poema sem título que,
ao falar de uma pedreira, conclui: "E as pedras, cingidas de abuso,/
Memorizaram a derrota".
LEIA AQUI
UM AUTOR DE CAUSAS A VENCER
Fiel a si próprio, o maduro John Dos Passos de 'O Brasil em
Movimento', agora reeditado, é o mesmo escritor em ascensão que se aliou
aos republicanos durante a Guerra Civil Espanhola
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