'E quem era o comandante?', questiona Marcelo Rubens Paiva
Roldão Arruda
SÃO PAULO - O escritor Marcelo Rubens Paiva tinha 11
anos quando, no dia 20 de janeiro de 1971, seu pai, o deputado cassado
Rubens Beirodt Paiva, foi arrancado de casa por militares ligados aos
serviços de repressão política e levado ao DOI-Codi do Rio. Foi a última
vez que ele, a mãe e suas quatro irmãs o viram. Nos anos seguintes,
Marcelo, baseando-se em livros e depoimentos sobre desaparecidos
políticos, reconstituiu passo a passo a história da morte do pai. O
primeiro longo relato que fez sobre o episódio foi em 1982, no livro
Feliz Ano Velho. Para ele, as revelações feitas nesta semana pela
Comissão Nacional da Verdade, desmontando a versão oficial de que o
deputado teria fugido depois de preso, não constituem nenhuma novidade:
ele nunca duvidou de que o pai foi morto no DOI-Codi. A principal
conquista do trabalho da Comissão, na avaliação dele, é a apresentação
de documentos oficiais, com timbre do Exército, que comprovam o que já
se sabia. Para Marcelo, que é colunista do Estado, falta agora descobrir
onde está o corpo do pai e punir os responsáveis.
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