Se você não leu, sugiro que recupere e leia a crônica em que Ruy Castro, na
Folha de S. Paulo,
dia 25 de janeiro, registrou seus 25 anos sem álcool. Não vou recontar
aqui o que esse baita escritor e jornalista contou lá, num depoimento
capaz de encorpar ainda mais a admiração não só literária e jornalística
que por ele tenho. Digo apenas que em lugar de trombetas, a que o Ruy
teria direito, o que se ouve ali é a surdina da humildade de quem,
depois de tanta luta, não dá a fatura por liquidada.
Além de me emocionar, a crônica avivou em mim a lembrança de outro
aniversário, bem mais modesto, no mesmo 25 de janeiro: meus 32 anos sem
cigarro. Se o Ruy não o fez por vitória tão maior, não sou eu quem vai
posar de herói. Até porque, confesso, não me custou tanto assim cortar
de uma hora para outra o hábito insensato de acender 60 cigarros por
dia. Não foi penoso como alguns anos antes, quando, fumando a metade
disso, parei por nove meses, num daqueles rompantes em que, sobranceiro,
o insuspeitado paladino da temperança entrega o maço para um e o
isqueiro para outro.
LEIA AQUI